sábado, 2 de julho de 2011

3° Capítulo - " O Jogo Começou "


Eu já não sei o que fazer, já faz um mês que Catarina está em coma, por mais que os hematomas estejam melhores, e suas contusões também eu ainda sinto um nó na garganta toda vez que vejo minha filha deitada sobre essa cama de hospital, com o rosto tão tranqüilo, como nas tantas noites que a pôs para dormir quando era criança.

- Mãe?
- O que Cat?
- Você pode ficar até eu pegar no sono?
- Claro meu amor, quer ouvir alguma história?
- Sim, eu adoro histórias, sobre qual você vai contar?
- Que tal... Uma sobre uma aventura na floresta?
- Não...
- Porque Cat? Não gosta de aventuras?
- Coisas ruins acontecem nas florestas.
- Como assim? Do que você ta falando minha filha? Aconteceu alguma coisa?
- Não mãe, mas as florestas são ruins.

Até hoje me pergunto o porquê, dela pensar isso, ela nunca gostou de florestas, nunca quis acampar, fazer trilha nada, nas férias enquanto seus amigos estavam viajando ou acampando ela estava em casa fazendo o curso de inglês, o que eu sempre aprovei porque graças a isso hoje ela fala mais de uma língua, mas ainda sim me pergunto o porquê desse medo de florestas.

Estava deitada no sofá de acompanhantes no quarto de hospital, aquele sofá estava acabando com as minhas costas. Me levantei e fui em direção a Cat, me sentei ao lado dela e comecei a conversar, será que ela podia me ouvir?
- Cat minha filha, tem sido tão difícil sem você, meu coração está dilacerado por não te ver mais acordada, por mais que agora olhando para você eu veja uma paz em seu rosto, que conforte um pouco meu coração.
Eu só quero você de volta minha Cat, eu te amo. – Eu a beijei na testa segurando sua mão, e nesse momento senti por entre meus dedos, sua mão se mexendo. No momento foi um choque, eu não sabia se tinha imaginado ou não aquele mover de dedos, mas como se lendo meus pensamentos, ela os mexeu de novo, me dando a confirmação de que aquilo não era um sonho, ou melhor, tornando tudo que eu mais tenho sonhado nesse último mês realidade.

Tudo estava muito confuso, é como se eu acordasse de repente de um sonho onde eu estou caindo e levo aquele susto repentino.
Meu corpo inteiro doía terrivelmente, e eu não sabia onde estava nem o que havia acontecido. Com muito esforço consegui abrir meus olhos, mais ao entrar em contato com a luz eu os fechei rapidamente, só pude ver um vulto de relance que imediatamente reconheci minha mãe.
- O que houve? Onde eu estou? Porque meu corpo inteiro dói?
- Não fale muito meu amor, eu já chamei as enfermeiras, só fique quietinha ok?
- Hã? Enfermeiras? O que aconteceu? – Eu me desesperei o que tinha acontecido afinal.
- Você sofreu um acidente voltando da escola, você não se lembra?
- Ah meu deus... Eu não sei, minha cabeça dói não consigo pensar em nada.
- Está tudo bem meu amor, o que importa é que você está bem.
- Nossa a Clara deve estar desesperada, aposto que ela deve estar vindo para cá agora mesmo.
- Minha filha a Clara já veio aqui, muito até por sinal, ela realmente consegue ser insistente quando quer. – minha mãe sorriu
- É, é um dos dons dela, mas há quanto tempo eu estou aqui?
- Um mês meu amor, você estava em coma
- O que? – eu me levantei rápido e uma fisgada na altura da minha cabeça, fez com que eu recuasse rapidamente. – Eu o que? Como assim em coma?
- Você bateu a bateu a cabeça muito forte e entrou em coma, os médicos operaram você, e conforme o tempo suas contusões e hematomas foram sumindo mais você ainda ta muito debilitada o acidente tem apenas um mês meu amor e você acabou de acordar, tente não se esforçar muito ok?
- Ta tudo bem, eu só quero ir embora ta bom?
- Tudo bem.

O médico entrou no quarto, me examinou, fez todos os tipos de perguntas, e depois de uma longa conversa decidiu que eu passaria essa noite no hospital em observação mais amanhã pela manhã ele passaria aqui para me ver e me daria alta.
A noite passou mais rápido do que eu pensei, por mais que tenha dormido um mês, parecia que eu estava com mais sono do que nunca, e meu corpo todo doía, exatamente como no trocadilho que clara disse ao telefone “como se um caminhão tivesse passado por cima de mim” não pude deixar de rir.
Quando acordei o médico passou em meu quarto, tivemos mais uma longa conversa sobre minha dieta alimentar, os cuidados que eu teria de tomar no dia a dia e como minhas contusões melhoraram assustadoramente rápidas o que significava que eu não teria de fazer fisioterapia.
Assim que cheguei em casa fui para o meu quarto e deitei, minutos depois Clara apareceu lá em casa.
- E ai como você está se sentindo?- ela disse se jogando na cama em cima de mim – Nossa, até que você ta bem sexy para alguém que tava em coma, e fui atropelada por um caminhão – ela disse sorrindo maliciosamente
- Ta, uma pausa, isso era para ser um elogio ou...? – levantei a sobrancelha.
-É claro você ta ótima garota, essa é minha Cat – com isso ela fez um trocadilho que ela adorava “Catarina” Cat “gata”, era tão bom estar com ela que não pude deixar de rir.
- Tudo bem, o que você quer?
- Nossa, eu sou sua amiga vim ver como você está!
Arqueei a sobrancelha
- Diga
- A para com isso Cat, eu só vim te conta o mais novo assunto do colégio...
- Que eu deveria querer saber por quê...?
- Porque é sobre o aluno novo, Pedro.
Um reconhecimento veio a minha mente, mas... Da onde eu já tinha ouvido esse nome? Um nó se criou em minha garganta
- O que foi? – Provavelmente eu deixei isso bem visível já que Clara percebeu
- Não foi nada, mais e ai como ele é?
- Simplesmente, super gostoso, é tipo de garoto que te faz dizer “Uaaaw” e depois “É deus existe mesmo”
- Como assim “deus existe mesmo”? – olhei em duvida
- Claro Cat, porque só Deus mesmo pra criar uma criatura tão linda igual aquela. – ela disse mordendo os lábios – e você sabe que eu não sou lá a mais religiosa.
Eu sorri
- É eu sei.

Ficamos ali conversando durante o resto da tarde e depois Clara foi embora, e eu adormeci.
No dia seguinte me arrumei e minha mãe me levou a escola, já que meu lindo e precioso carro estava destruído.
Se eu já não gostava de ir à escola, sendo a mesma Catarina de sempre, imagina sendo a Catarina que sofreu um acidente entrou em coma, e recentemente acordou e está com o pulso engessado, é com certeza não seria nada agradável ter de aturar todos os olhares direcionados a mim, durante toda a manhã.
Me despedi da minha mãe, e encontrei Clara nós fomos para sala, quando eu entrei como já era de se esperado todos me olharam e cochicharam, fui direto para o meu lugar de sempre no final da sala, e agora Clara estava sentada bem a minha frente.
Quando a porta se abriu eu imaginei ser algum dos professores, quase tinha me esquecido de que agora nossa escola tinha um aluno novo, e então quando a porta se abriu lá estava ele, e assim que o vi foi como se todo o meu corpo acordasse, todos os meus músculos, nervos e membros se contraíram e pulsaram.
Eu nunca tinha sentido isso antes, como esse menino pode me causar isso só com um simples olhar?
E quando ele sorriu, eu poderia ressaltar cada curva, e cada linha de seu sorriso, era como se eu o conhecesse melhor do a mim mesma.
E quando ele me olhou pela primeira vez...
O mundo parou, e naqueles segundos eu simplesmente desaprendi o que era respirar, me perdi nos olhos verdes dele, que mais me pareciam transparentes como se eu pudesse mergulhar naquele verde e viajar até um pasto extenso e tranqüilo e encontrar tulipas vermelhas.  

3 comentários:

  1. Karina-Cullen Salvatore2 de julho de 2011 às 20:02

    Juh você já fez eu me apaixonar pelo Pedro.
    Pena que esses caras só existam na ficção.

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  2. Pena que esses caras só existam na ficção.+1000000000000000000000000000000
    Eu quero um Pedro...
    uashaushuashuahsaushuahsua

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  3. Arraaaaaaaaaaaaaaaaaasou Juzinha.. AMEI, to louca pelo próximo.
    Já fez eu me apaixonar pelo Pedro +1

    - Fran

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